quarta-feira, 26 de setembro de 2007

História de Saci...

Morei em Botucatu de 1998 a 2002 e desde então não passei mais nem um momento da vida sem um saci por perto. Não sei exatamente como, mas assim que me mudei pra lá, passei a perceber estar sendo sempre seguida e observada, onde eu ia, sentia que havia algo por perto, dai pra começarem a sumir coisas, foi pouco tempo.
Fiquei preocupada, procurei um médico, achei que era coisa da minha cabeça, não era possível que eu me tornasse uma pessoa tão desatenta e esquecida de uma hora pra outra, perdendo , por vezes, objetos importantes, documentos..sem pistas!
No final da consulta o médico disse que estava tudo em ordem que não havia com que me preocupar, me despedi e antes de alcançar a porta ele tornou a me chamar, virei-me e fitei seu olhar sério por alguns segundos até que em voz muito baixa, como por medo de ser ouvido, me confidenciou: "deve ser o saci...". "Saci?" perguntei, ele confirmou com a cabeça pediu que eu me retirasse. Fiquei meio atordoada, mas decidi passar a prestar mais atenção à minha volta, de todos os objetos sumidos quantos reapareciam em locais inusitados? No convívio com animais durante a faculdade, quantas vezes via crinas trançadas, ou os animais agitados? Quantas placas alertando para a criação de sacis passei a reparar depois do encontro com aquele médico?
Ele tinha razão!
Ainda não sei ao certo de onde veio exatamente esse saci que tem me acompanhado desde então, mesmo agora morando em outra cidade, talvez tenha fugido de um das inúmeras criações que existem por lá e se perdido pela cidade até me encontrar, na verdade não importa. Sei que ainda caminhamos juntos e ao que parece ele se adaptou muito bem ao litoral, uma vasta extensão de mata atlantica onde sei que foram soltos alguns especimes é agora seu lugar favorito, não me segue mais pra todo lado, mas aparece sempre pra não me deixar esquece-lo e quando aparece leva consigo alguma coisa que certamente me fará falta até sua próxima visita.
Ps: o nome do médico não pode ser divulgado por uma questão de ética!

Por: Heloisa Helena Valio em dia de rememória...

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